Resenha Crítica: Filme “A Experiência”.

O que a imposição de situações inconvenientes, a perda de identidade própria e o detrimento do que é real e/ou ilusório pode influenciar em nosso comportamento?

O filme alemão dirigido por Oliver Hirschbiegel retrata o experimento de aprisionamento de Stanford de 1971, onde um grupo de psicólogos, através de um anúncio do jornal,reuniram vinte voluntários para observar o comportamento humano com base na tese behaviorista, onde Skinner obtém uma visão psicológica com o intuito de analisar a reação entre estímulos externos.

A princípio o objetivo era estudar a violência dentro de uma penitenciaria forjada, e observar se as circunstancias responsáveis por tal frenesi partiam dos reclusos ou dos guardas.

Os vinte voluntários foram divididos em nove guardas e 11 reclusos, sem ficha criminal e sem problemas psicológico, dispostos a se submeter a tal experiência apenas pelo dinheiro proposto.

A primeira ação sutil foi diferenciar os dois grupos com seus respectivos papéis através da vestimenta. Os reclusos vestiam uma espécie de vestido/túnica sem as parte intimas, e dessa forma a inferioridade estava sendo estampada, mesmo com uma leve intimidação através da reforma comportamental ao se portar, ao sentar ou dormir, sendo associada a uma conduta feminina e consequentemente, taxada como “frágeis”.

Os guardas por sua vez estavam fardados e estereotipados a uma imagem de superioridade e poder, e tal imagem também influíra na atuação e reflexão egocêntrica desses homens.

Um dos reclusos estava ali para reportar toda a experiência, e por esse motivo causou uma diversidade de situações para enriquecer a matéria, tais como rebeliões e comportamentos divergentes as regras propostas pelos guardas, subestimando o poder de reclusão dos militares, e a partir da subversão dos presos, a disputa por controle veio à tona.

Os guardas a principio sem saber como reagir ao comportamento negativo dos reclusos, decidiram hostilizar os rebeldes causando situações que depreciavam o psicológico dos prisioneiros.

A cada rebelião ou comportamento discordante as regras, era imposto uma punição: flexões, fazendo comparação à punição nazista, cortar o uso do cigarro a viciados em nicotina, depreciar verbale moralmente os mantendo nus, ou através de situações onde o recluso era motivo de chacota.

Skinner explica: “No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais frequente.”

O condicionamento operante citado pelo cientista consiste num processo de aprendizagem de um novo comportamento, onde a ferramenta modeladora é o reforço, sendo ele positivo ou negativo como no caso dos guardas, que utilizaram tal estímulo responsável pela conduta reformada dos presos. A perca de identidade e de tempo foram algumas das consequências reforçadas por punições fazendo com que os reclusos se adaptassem a depreciação e as ordem militares.

Essa reforma atinge também os superiores, os transformando em sádicos, a pontos de não discernir as consequências da violência, mas por acreditar que tudo é lícito para se manter o controle.

As imposições e situações divergentes à moralidade e ética estabelecida por cada indivíduo, resulta num comportamento de adequação psicológica, um reajuste comportamental.

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